Agronegócio goiano adere à plataformas de compra e venda

Comercialização de itens para produção, como sementes, mudas, cereais e grãos, cresceu 57% em Goiás só na OLX, maior variação no país em 2023
Por O Popular
Data: 19/02/2024
Subcategoria ‘peças para tratores e máquinas’, como motores e implementos agrícolas, também registrou aumento de negócios em plataforma digital (Divulgação)

O agronegócio brasileiro está se rendendo ao comércio virtual. Um levantamento feito pela OLX, uma das maiores plataformas de compra e venda online de itens usados e seminovos no País, mostrou que as vendas de itens para produção rural, como sementes, mudas, cereais, grãos e balanças para pesagem, cresceram 57% em Goiás no ano passado, no comparativo com 2022. O estado teve a maior variação positiva nessa subcategoria da plataforma, seguido pela Bahia, com aumento de cerca de 33%.

O estudo também revelou um crescimento nas vendas de produtos que se enquadram na subcategoria ‘peças para tratores e máquinas’, como motores e implementos agrícolas, com destaque para o estado da Bahia, com aumento de 54% em 2023. A diretora geral da OLX, Regina Botter, informa ainda que houve um incremento de quase 70% no número de anúncios enquadrados na subcategoria ‘produção rural’.

No primeiro semestre de 2023, cerca de 8.885 anúncios foram inseridos por dia na plataforma em todo País. “Na verdade, os brasileiros, de modo geral, aos poucos vêm se abrindo ao mercado de usados, entendendo como ele funciona e seus benefícios”, avalia Regina Botter. Ela lembra que os produtos de segunda mão são, de modo geral, mais baratos do que os similares novos, o que pode ajudar, por exemplo, os pequenos produtores rurais, que dispõem de menos recursos.

Além disso, segundo ela, a digitalização do ecossistema de compra e venda de produtos, um movimento que foi impulsionado especialmente pela pandemia de Covid-19, também abrange o segmento do agronegócio, que é muito forte em Goiás. “Houve uma democratização do setor por meio de uma plataforma acessível e gratuita para todos, transformando a relação entre quem quer vender e quem quer comprar com maior alcance e conexão, favorecendo os ganhos”, acredita a diretora geral da plataforma.

Pesquisas já mostraram que existem diversos perfis de usuários, desde empresas que comercializam produtos por meio do e-commerce, até pessoas físicas que desejam desapegar de algum produto e fazer renda extra. De acordo com a pesquisa “Perfil do comprador e vendedor online de produtos usados”, divulgada em 2023, o brasileiro possui, em média, R$ 2.113 em produtos sem uso dentro de casa e que poderiam ser fonte de geração de renda extra.

Para comprar ou anunciar na plataforma, o usuário deve criar uma conta e inserir os seus dados. A pesquisa mostrou que, de forma geral, os participantes costumam anunciar, principalmente, itens como roupas e acessórios (26%), eletrônicos (17%) e celulares (16%). Já os artigos de agronegócio ainda representam apenas 3% do total, apesar do forte crescimento em 2023. Estes consumidores apontaram o preço do usado como o principal atrativo, com 72% das respostas.

A negociação ocorre de forma direta entre vendedor e comprador, no chamado modelo C2C. Em Goiás, além da categoria ‘Itens para Produção Rural’, também houve crescimento na variação das subcategorias Livros e revistas, que tiveram incremento de 73,8%, CDs, DVDs e etc., com aumento de 29,4%, e Hobbies e coleções, cuja comercialização avançou 19,8%. Para facilitar o acesso do público, incluindo produtores rurais, Regina Botter informa que a plataforma tem investido em inovação. “O objetivo é torná-la cada vez mais end to end, ou seja, com maior digitalização de todas as etapas, com soluções próprias ou de parceiros, tornando o processo a poucos toques na tela do celular”, garante.

Maximização

Para o consultor de varejo Geraldo Rocha, este crescimento na comercialização produtos agrícolas via plataforma em Goiás e em outros estados vem ao encontro de um fenômeno que hoje se tornou corriqueiro: a necessidade dos empresários e comerciantes de maximizar o valor do investimento, de ter maior agilidade e facilidade de acesso aos produtos vendidos.

“Hoje, você compra qualquer coisa através de plataformas. A dificuldade anterior era a falta de confiança do consumidor, que recebiam produtos mal embalados ou fora do prazo de validade. Não havia segurança de que o produto chegaria nas condições ideais”, lembra. Mas, segundo ele, estas dificuldades foram vencidas pelas principais plataformas, como a OLX, que hoje têm um grau de segurança muito maior que no início das operações.

Geraldo Rocha ressalta que o produtor rural já enfrenta dificuldades na questão precificação de produtos, transporte e custo de armazenagem. “Na plataforma, ele já elimina muitas coisas que encarecem os produtos que precisa, como transporte, e consegue preços até 20% menores que numa loja física para comprar”, destaca o consultor. Para ele, este crescimento confirma maior confiança nas plataformas e a necessidade da redução de custos pelos produtores. Por isso, a tendência é de incremento destes canais de vendas.

A pesquisa da OLX mostrou que os usuário buscam produtos com custo-benefício e valorizam os usados como uma prática sustentável e as comodidades do e-commerce.

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