Caiado critica Lula após assassinato em Guarulhos

Governador aponta falhas na segurança pública federal e defende atuação firme contra facções criminosas
Por O Hoje
Data: 11/11/2024
Governador considera a PEC um “afronta”, uma tentativa de centralização do poder federal

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (união Brasil), manifestou duras críticas ao governo federal após o assassinato de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O crime ocorreu na sexta-feira (8).

Em postagem nas redes sociais, Caiado destacou que o crime aconteceu em uma área sob jurisdição federal e sugeriu que o homicídio pode estar relacionado a uma delação sobre lavagem de dinheiro no tráfico de drogas. "O atentado foi cometido em Guarulhos, uma área sob controle federal, e pode ser consequência de uma delação sobre o tráfico", afirmou o governador.

Além disso, Caiado criticou a postura do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (Pt) diante da crescente violência no país, argumentando que o caso deveria ser uma "oportunidade para o governo Lula dar uma resposta mais firme às facções criminosas".

“Ação direta”

No que diz respeito à atuação da segurança nacional, o governador foi enfático ao rejeitar a PEC apresentada pelo Governo que intervém diretamente na segurança pública dos Estados. "Não é preciso de PEC nem de amarrar as polícias estaduais para combater o crime", disse Caiado, sugerindo que a solução passa por uma ação mais direta e eficaz das autoridades.

Em um cenário político mais amplo, Caiado também se posiciona como pré-candidato à presidência em 2026. Líderes do união Brasil, incluindo o presidente do partido, Antônio Rueda, destacaram as qualidades do governador para a disputa.

Caso em Guarulhos

O assassinato de Gritzbach, empresário e delator em um processo contra o PCC (Primeiro Comando da Capital), ocorreu no terminal 2 de Guarulhos, após o executivo prometer revelar detalhes cruciais sobre o esquema criminoso.

O empresário estava colaborando com as investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que o considerava uma peça-chave para desmantelar a rede de lavagem de dinheiro da facção. Durante o ataque, outros três civis, sem envolvimento com a delação, também ficaram feridos.

A PEC

A proposta prevê a criação de um Sistema Único de Segurança Pública (SuSP), atualização das competências das forças policiais federais e a consolidação do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária, com a finalidade de enfrentar a criminalidade de maneira coordenada e integrada.

Inspirado nos modelos do Sistema Único de Saúde e do Sistema Nacional de Educação, o SuSP visa melhorar a integração entre a união, estados e municípios, otimizando a política de segurança pública no combate ao crime organizado.

A PEC sugere a unificação de protocolos, dados e estatísticas criminais, criando um sistema integrado de informações entre as unidades federativas. A proposta também inclui o estabelecimento de um Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, com representantes de todas as esferas de governo.

A PEC propõe a transformação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Polícia Ostensiva Federal, ampliando suas atribuições para atuar em hidrovias, ferrovias e em proteção de instalações federais quando autorizado.

Além disso, a Polícia Federal terá novas funções, sendo responsável por crimes ambientais em áreas de preservação. Essas mudanças também preveem a realização de concursos públicos para cargos de policial ostensivo federal, preservando os direitos e benefícios dos servidores da PRF.

O texto ainda está em análise pela Casa Civil e será encaminhado ao Congresso Nacional. Para implementar as medidas, a PEC propõe mudanças nos artigos 21, 22, 23, 24 e 144 da Constituição, permitindo à união a regulamentação das políticas de segurança pública e defesa social.

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