Pix completa quatro anos em expansão, mas há quem ainda vita usar
"Tenho essa preocupação com golpes e clonagem, e olha que faço parte de uma geração mais antenada. Mas hoje em dia todo mundo é meio hacker", conta Sandra Aparecida, 44. "No início, até achava que o Pix era uma forma da Receita ficar bisbilhotando nossa vida."
Mas, há cerca de um ano, a pedido do novo emprego, ela se rendeu ao sistema e se juntou aos quase 170 milhões de usuários que utilizam o pagamento instantâneo, o Pix, que completou quatro anos, sábado (16) e transformou a forma de realizar transferências e pagamentos no país.
Apesar da adesão massiva, muitas pessoas ainda sentem desconfiança. Para alguns, questões de segurança e conveniência ainda pesam mais que a praticidade. Especialistas em tecnologia e sistema financeiro, no entanto, garantem que o Pix é seguro e representa um caso de sucesso e orgulho nacional.
De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a expectativa é que o Pix cresça 58,8% em 2024, movimentando R$ 27,3 trilhões, com um aumento de 52,4% nas transações, atingindo 63,7 bilhões de operações.
Até 30 de setembro de 2024, o Pix já havia superado os dados de 2023, com 45,7 bilhões de transações e R$ 19,1 trilhões movimentados.
Uma das táticas mais atuais é a história de alguém que, após receber um Pix falso, devolve o dinheiro e acaba perdendo o valor, pois o golpista já havia acionado o MED (Mecanismo Especial de Devolução) para reaver a quantia.
Antônio Soares, CEO da Dock, empresa de tecnologia que oferece soluções para pagamentos e banking na América Latina, destaca que o sistema financeiro está em constante evolução justamente para responder a esses desafios. "A fraude sempre evolui, e as soluções precisam evoluir para preveni-las. O sistema financeiro vai reagindo, criando defesas à medida que novas fraudes surgem. É um processo de ação e reação", afirma.
Desde o seu lançamento, o Pix passou por diversas melhorias de segurança, cada uma projetada para minimizar os riscos e tornar a experiência do usuário mais confiável. Entre essas melhorias está o próprio MED, que permite a devolução de valores em casos de fraude comprovada.
Outra medida importante é o registro de dispositivos, uma função que restringe os valores de transação em novos celulares ou computadores, estabelecendo limites iniciais de R$ 200 por transação e R$ 1.000 por dia.
Além disso, o limite por faixa de horário foi introduzido para restringir transferências durante horários de maior vulnerabilidade, como o período noturno.
COMO O PIX AINDA PODE CRESCER
Pagamentos de débito e crédito por aproximação
Reduz a necessidade de cartões físicos e agiliza as transações, aumentando o uso do Pix em compras diárias.
Pix Crédito
Torna o crédito mais acessível para pequenas transações e pode beneficiar pequenos empresários e autônomos que precisam de capital rápido para despesas imediatas.
Pagamentos entre empresas (B2B)
Reduz custos e burocracia em operações comerciais, facilitando uma gestão de caixa eficiente e aprimorando o relacionamento entre empresas que dependem de pagamentos ágeis.