Mesmo com viagens a Brasília para buscar recursos, Cruz já vive um período conhecido como “lame duck” na tradução literal, pato manco, atribuído a políticos em final de mandato, quando o poder político e administrativo se desidrata fortemente. Além da natural perda de relevância, os recentes problemas na área da saúde parecem carimbar a atual gestão com o selo ruim, mesmo após enormes esforços iniciados em junho de 2023 para recuperar a imagem de Rogério Cruz e sua administração. Neste meio tempo, o prefeito eleito Sandro Mabel (UB) já é bastante cobrado para mover mundos e fundos para preparar a gestão que irá herdar. É um cenário inusitado, que torna obrigatória a precoce atuação de Mabel como gestor. Mesmo sem a caneta, o prefeito eleito está utilizando toda musculatura política que dispõe. Aliados enxergam neste ambiente, uma enorme oportunidade para Mabel mostrar serviço. Por outro lado, apoiadores acreditam que o momento seria para articulações profundamente necessárias para a construção de um projeto de governabilidade nos primeiros meses de mandato, não a obrigação em assumir responsabilidades que são do atual prefeito: de fato, há receio nos quais os problemas desta gestão contaminem o início do novo governo municipal. É uma ação delicada que a experiência de Mabel e sua equipe tendem a superar com certa tranquilidade. Já Cruz, entrou no "quarto branco" e precisará de muita resiliência para suportar esta quinzena final de dezembro sem sofrer sequelas mais graves no mundo político.