O cooperativismo goiano tem registrado sucessivos recordes de crescimento nos últimos anos: os ativos das cooperativas em Goiás passaram de R$ 21,7 bilhões em 2019 para R$ 60,1 bilhões no ano passado, um incremento de quase 177%. Para incentivar o avanço do cooperativismo de forma inovadora, por meio de um grande ecossistema transformador, começa nesta segunda-feira (18), no Centro de Convenções PUC Goiânia, o CoopsParty Summit Goiás, o maior evento de inovação do cooperativismo nacional e um dos maiores do País.

O evento é fruto de uma parceria entre a revista MundoCoop, Sistema OCB-GO, PUC-GO e a empresa WEX. A programação, que acontece hoje e amanhã, conectará os visitantes a grandes especialistas da atualidade para explorar tendências e compartilhar insights que moldarão o futuro do cooperativismo nacional.

O evento contará com três palcos, que abordarão temas distintos: foco no cooperativismo, exploração de novos modelos de negócios colaborativos e sustentáveis; inovação, futuro, tecnologia, impacto da digitalização e automação dos negócios; e novas oportunidades, soluções inovadoras e networking. O CoopsParty também abrigará a Arena InovaCoop Goiás, um espaço para impulsionar a inovação no mundo cooperativista, com oportunidades para aprendizado e desenvolvimento de projetos inovadores. Lá, acontecerão workshops, maratonas de programação (hackathons) e contatos com as maiores novidades das cooperativas.

O presidente do Sistema OCB-GO, Luís Alberto Pereira, garante que todos que se interessarem pelo ecossistema da inovação serão bem-vindos ao evento. "Esperamos uma interação e sinergia muito grandes entre cooperativas e mercado, o que resultará na absorção de novas tecnologias e propiciará ganhos de produtividade e redução de custos", destaca. O dirigente espera um evento bastante inspirador, com muita informação e network.

Serão mais de 50 palestras de grandes especialistas e personalidades da atualidade para explorar as últimas tendências e compartilhar insights que podem moldar o cooperativismo nas próximas décadas. Um dos palestrantes da segunda edição do CoopsParty Summit será o escritor, pesquisador e doutor em Comunicação Dado Schneider, que falará sobre o desafio atual de se comunicar com a geração Z, grupo de pessoas nascidas entre 1997 e 2012, que é conectada aos temas cooperação, sustentabilidade, inclusão, diversidade e compartilhamento.

Ele alerta que o cooperativismo precisa mostrar as suas vantagens para essa parcela jovem da população. "Esse é o caminho para agregar de forma mais eficiente novos cooperados e colaboradores ao movimento", afirma o pesquisador. Para ele, o setor cooperativista ainda não aprendeu a falar adequadamente com esse grupo da população, algo essencial para sustentar e impulsionar o seu crescimento. "Uma vez entendendo o cooperativismo, a geração Z vai aderir", prevê Schneider. Além disso, ele afirma que esta geração é a que mais influencia outras gerações nas decisões de compra.

Levantamento

O CoopsParty discutirá como a inovação pode contribuir para manter e até impulsionar o crescimento acelerado do sistema cooperativista no estado. O Panorama do Cooperativismo Goiano 2024, realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), a pedido do Sistema OCB-GO, revelou que as cooperativas em Goiás somaram R$ 60,1 bilhões em ativos no encerramento de 2023, um crescimento de 19,5% em relação ao ano anterior.

O presidente do Sistema OCB-GO lembra que, se forem considerados os ativos das cooperativas goianas, o setor representa quase 18% do Produto Interno Bruto de Goiás (PIB), estimado em R$ 336,7 bilhões para 2023, segundo o Instituto Mauro Borges (IMB). "Isso mostra a grande relevância do cooperativismo goiano para a economia do estado, com um detalhe importante: esses recursos, em grande parte, são investidos em Goiás", comenta. O destaque em ativos é das cooperativas de crédito, que atingiram um total de R$ 47,6 bilhões em 2023, um crescimento de 21,3% em relação ao ano anterior e de 190% sobre 2019.

As cooperativas goianas tiveram receita bruta de R$ 30,8 bilhões no ano passado, o que representa uma estabilidade em relação a 2022, quando seus ativos eram de R$ 30,7 bilhões. Esta desempenho foi reflexo direto da queda na receita bruta das cooperativas do ramo agropecuário, que fechou em R$ 17,3 bilhões em 2023, uma redução de 14% em relação ao ano anterior.

Luís Alberto Pereira lembra que, apesar de terem produzido mais no ano passado, as cooperativas do ramo agropecuário foram impactadas pela forte queda nos preços internacionais das commodities agrícolas. "É um cenário mundial ainda desafiador para este segmento. Mas as cooperativas goianas estão investindo mais de R$ 1,5 bilhão para ampliar a produção e agregar maior valor, o que certamente vai elevar a receita bruta nos próximos anos", acredita.

Todos os demais ramos das cooperativas goianas apresentaram crescimento de receita bruta em 2023. As de crédito somaram R$ 8,6 bilhões, aumento de 32,2% em relação ao ano anterior. As de saúde tiveram crescimento de 17,9% em 12 meses.